Dilma
pede a ministros austeridade nos gastos e ações de combate à corrupção.
Paulo
Victor Chagas e Sabrina Craide - Repórteres da Agência Brasil* Edição: Armando
Cardoso.
Na
primeira reunião com a equipe, a presidenta Dilma Rousseff recomendou que,
mesmo com menos recursos, os ministros continuem tocando projetos de suas
pastas José Cruz/Agência Brasil.
Na
primeira reunião com todos os ministros do seu segundo mandato, a presidenta
Dilma Rousseff pediu hoje (27) austeridade nos gastos e ações para combater a
corrupção no governo. “Todos vocês devem atuar sempre orientados pelo
compromisso com a correção e a lisura. Espero que enfrentem com firmeza todo e
qualquer indício de mau uso do dinheiro público nas áreas sob seu comando”,
orientou.
Com
o corte de orçamento dos ministérios, a recomendação da presidenta é que, mesmo
com menos recursos, os ministros dêem andamento aos projetos de suas pastas.
“As restrições exigirão mais eficiência nos gastos, tarefa que estou certa
todos executarão com excelência. Vamos fazer mais gastando menos”, disse.
A
presidenta informou que enviará ao Congresso Nacional no próximo mês propostas
para aperfeiçoar o processo de combate à corrupção, conforme promessa de
campanha, “Defendemos um pacto nacional contra a corrupção que envolve todas as
esferas de governo, de poder, tanto no ambiente público como no privado.
Seremos implacáveis no combate aos corruptores e aos corruptos”, afirmou.
Dilma
acrescentou que o governo estimulará o debate sobre reforma política ainda no
primeiro semestre deste ano. Ela orientou que os ministros reajam a boatos e
levem a posição do governo à opinião pública. “Sejam claros e precisos. Se
façam entender. Não podemos deixar dúvidas”, ressaltou.
A
presidenta destacou que o governo ampliará as concessões e autorizações ao
setor privado de rodovias, portos e aeroportos, além de realizar concessões em
outras áreas, como hidrovias e dragagem de portos. Outro anúncio foi o do
lançamento de um programa de desburocratização das ações do governo. “Menos
burocracia representa menos tempo e menos recursos gastos em tarefas acessórias
e secundárias”, assinalou.
Dilma
voltou a defender a Petrobras, afirmando que a apuração e punições devem
ocorrer “com rigor”, mas sem deixar de acreditar na “mais brasileira das
empresas”, a mais estratégica, que mais contrata e investe no país.
“Temos
de continuar apostando na melhoria da governança da Petrobras. Aliás, de todas
as empresas privadas e, em especial, das empresas públicas”. Segundo ela, o ato
de “fechar as portas para a corrupção” não pode fechar as portas para o
“crescimento, progresso e emprego”.
Em
referência às empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia
Federal, a presidenta recomendou que as empresas essenciais para o Brasil não
devem ser destruídas. “Punir, ser capaz de combater a corrupção, não pode
significar a destruição de empresas privadas. As empresas têm de ser
preservadas. As pessoas culpadas é que têm de ser punidas”.
Dilma
pediu aos ministros para que trabalhem para dar sequência ao projeto político
implantado desde seu primeiro mandato. Para a presidenta, o governo deverá ser,
ao mesmo tempo, de continuidade e mudanças.
“Nossa
tarefa será manter o projeto de desenvolvimento iniciado em 2013, mas dar
continuidade com avanços, com mudanças que darão mais consistência e velocidade
a esse projeto”. Ela também recomendou que os ministros aperfeiçoem o diálogo
com Congresso, prefeitos e governadores e com movimentos sociais.
A
presidenta revelou que a falta de chuvas no país reflete nos preços da energia
em todo o Brasil e na oferta de água, especialmente no Sudeste do país. Segundo
ela, o governo federal apoiou e continuará apoiando de todas as formas,
inclusive com “vultuosos investimentos”, as demandas dos governos estaduais,
que são responsáveis diretamente pelo sistema de abastecimento de água.
Esta
é a primeira reunião ministerial do segundo mandato da presidenta Dilma
Rousseff. O encontro é realizado na Residência Oficial da Granja do Torto, em
Brasília. Todos os 39 ministros do governo estão presentes. * Colaborou Wellton
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