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terça-feira, fevereiro 03, 2015

O COBRA NO AR PUBLICA POEMAS DO ESCRITOR MANOEL GUILHERME DE FREITAS: 03/02/2015


CHUVA

Vem, fica, molhe.
Esse chão quente, escaldante, delirante,
Com o líquido sagrado!

Vem, não ameace.
E passe sem deixar as marcas.

Precisamos tanto de uma gota, de chuvisco,
Ou seja, da chuva.
Para a acabar com as mágoas!

Líquido precioso, valioso,
Que só sabe,
Quando falta!
Decerto, riqueza, pureza, que nos acalma.
Sem a falta!

H20, tesouro, que virou moeda de troca,
Da mais-valia à revelia,
Do mundo da máquina!
Que nos caos do mundo emergente,
Perdemos a mente,
Diante da água!

 Manoel Guilherme de Freitas. Veredas poéticas, 2015

AMIZADE

Guardo, preservo,
Considero quem merece o ato,
De amor, de fidelidade,
Já que não se compra,
Conquista-se, guarda-se,
Do lado direito do coração,
Como relíquia, triunfo,
Com a pessoa abençoada.

Não é assim, cobrança,
Interesse, influência,
Mas respeito, consideração,
Da companhia, do afago,
Que se expressa com palavras,
Bem como nos atos,
Que vem do íntimo, do coração,
Porventura expressado na hora exata.

Esse alguém é peculiar, difícil,
Pois num mundo disfarçado,
Muita gente aproxima,
Fingindo ser seu amigo,
No geral, traz só desgraças.

Essa amizade vem de longe,
das ações, da troca mútua,
que jamais será destruída
por inveja ou nada!


Manoel Guilherme de Freitas

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