Nona
fase da Lava Jato investiga novos operadores na Petrobras.
André
Richter - Enviado Especial da Agência Brasil/EBC Edição: José Romildo
A
nona fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje (5) pela Polícia Federal (PF),
busca provas contra 11 operadores do esquema de corrupção na Petrobras. De
acordo com a Policia Federal, há suspeitas de que 11 operadores atuaram na
Diretoria de Serviços da Petrobras durante a gestão do ex-diretor Renato Duque.
As
provas foram obtidas por meio de acordos de colaboração com outros
investigados. No entanto, ainda não há documentação para basear uma denúncia
formal contra os acusados.
Entre
os investigados levados para prestar depoimento está o tesoureiro do PT, João
Vaccari Neto. Segundo a PF. ele deverá esclarecer denúncias de delatores de que
atuava na cobrança de propina e de doações legais para o partido.
Segundo
o Ministério Público Federal, órgão que coordena a força-tarefa da Lava Jato,
os novos operadores descobertos não tinham poderes como o doleiro Alberto
Youssef, mas também atuavam com agentes públicos na Petrobras. "Os
esquemas na Petrobras que estamos investigando não se limitam aos operadores
que estão presos, como Youssef e Fernando Baiano", disse o procurador da
República Carlos Fernando Lima.
São
alvo da nona fase da investigação os contratos com a BR Distribuidora. Em Santa
Catarina, a PF apreendeu grande quantidade de dinheiro e prendeu dois
empresários acusados de fraudar contratos com a estatal por meio de notas
fiscais falsas.
Segundo
o delegado Igor Romário de Paula, 26 empresas são investigadas na nova fase da
operação. De acordo com ele, há indícios de que, até o fim do ano passado, após
a deflagração da última fase da Lava jato, as empresas continuaram atuando na
fraude de notas fiscais e lavagem de dinheiro. "Eles [operadores] atuavam
na intermediação entre o pagamento de recursos desviados e a propina das
empreiteiras, [recursos] destinados a agentes públicos", disse.
Nesta
manhã, cerca de 200 agentes federais e servidores da Receita Federal cumprem 62
mandados judiciais em São Paulo, no Rio de Janeiro, na Bahia e em Santa
Catarina. Ao todo, são 18 mandados de condução coercitiva, um de prisão
preventiva, três de prisão temporária e 40 de busca e apreensão. Segundo a PF,
a nova fase foi deflagrada a partir da colaboração de um dos investigados, de
documentos e contratos apreendidos em fases anteriores, além de informações
prestadas por uma ex-funcionária de empresa que foi alvo da operação.
A
nona fase da Lava Jato foi batizada de "My Way", forma pela qual o
ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco se referia a Renato Duque, ex-diretor da
Área de Serviços, explicou a PF.