Operação
desarticula quadrilha suspeita de fraudar R$ 19 bilhões da Receita.
Daniel
Lima – Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger.
A
Policia Federal (PF) deflagrou hoje (26) a Operação Zelotes, com o objetivo de
desarticular organizações que atuavam no Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (Carf) — o antigo Conselho de Contribuintes da Receita —, manipulando o
trâmite de processos e o resultado de julgamentos. O prejuízo estimado aos
cofres da União pode chegar a R$ 19 bilhões, valor economizado pelas empresas
envolvidas, segundo a PF. Participam também da operação o Ministério Público
Federal, a Corregedoria do Ministério da Fazenda e a Receita Federal.
As
investigações começaram em 2013, quando foi descoberta uma organização que
"atuava no interior do órgão, patrocinando interesses privados, buscando
influenciar e corromper conselheiros com o objetivo de conseguir a anulação ou
diminuir os valores dos autos de infrações da Receita Federal". De acordo
com a PF, servidores repassavam informações privilegiadas obtidas dentro do
conselho para escritórios de assessoria, consultoria ou advocacia em Brasília,
São Paulo e em outras localidades, para que esses realizassem a captação de
clientes e intermediassem a contratação de “facilidades” dentro do Carf.
As
investigações identificaram que, em diversas ocasiões, foi constatado tráfico
de influência no convencimento de empresas devedoras ao Fisco. "Eram
oferecidos manipulação do andamento de processo, pedidos de vista, exame de
admissibilidade de recursos e ainda decisões favoráveis no resultado de
julgamentos de recursos a autos de infrações tributárias, por meio da corrupção
de conselheiros", informou a PF.
Outra
destaque da investigação, segundo os agentes, é que o grupo utilizava outras
empresas para dissimular as ações e o fluxo do dinheiro, que era lavado,
retornava como patrimônio aparentemente lícito para essas empresas.
A
PF informou ainda que os investigados responderão pelos crimes de advocacia
administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção passiva, corrupção
ativa, associação criminosa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.