Janot
cita Dilma na Lava Jato e surpreende Planalto
Dilma
está enfrentando graves problemas políticos e econômicos e tenta reverter a
maré de más notícias que atingiram inclusive a sua popularidade.
Por
Estadão Conteúdo.
A
menção do procurador-geral da República Rodrigo Janot ao nome da presidente
Dilma Rousseff na lista dos nomes da Operação Lava Jato, ainda que para pedir o
arquivamento do inquérito, foi recebida com surpresa no Palácio do Planalto.
Interlocutores de Dilma afirmam que “jamais alguém pensou que isso pudesse
acontecer”. Avalia-se, segundo essa fonte, que é “absurdo” alguém achar que,
por conta das revelações da revista “Veja” sobre depoimento do doleiro Alberto
Youssef que envolvia Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
sugerindo que ambos sabiam do esquema de corrupção na Petrobras, eles pudessem
ser, de alguma forma, envolvidos neste processo.
Após
ressaltar que a Constituição não permite a investigação do chefe do Executivo
por qualquer ato que não seja relacionado com o exercício do cargo da
Presidência, e como as denúncias remontam a antes de 2011, quando Dilma
assumiu, o interlocutor avaliou: “Isso não aconteceu e não poderia mesmo ter
acontecido. Não havia a menor base pra isso”, disse.
Dilma
passou a manhã desta quinta-feira, 5, no Palácio da Alvorada, gravando
pronunciamento que será exibido no domingo, 8 em comemoração ao Dia da Mulher,
para sair em defesa do governo. Dilma está enfrentando graves problemas
políticos e econômicos e tenta reverter a maré de más notícias que atingiram
inclusive a sua popularidade. Por conta disso, reiniciou suas viagens pelo
País. Amanhã, Dilma estará em Araguari (MG), onde anunciará a entrega de mais
casas do programa Minha Casa Minha Vida.
Em
meio ao turbilhão político, dirigentes da agência Standard & Poor’s serão
recebidos nesta tarde pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
Mais cedo, o ministro esteve com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do
Planejamento, Nelson Barbosa, na reunião da Junta Orçamentária. Mas, depois,
trataram do encontro que Levy terá daqui a pouco com a agência e Mercadante, às
16h30. O governo está trabalhando para tentar evitar que as demais agências de
classificação de risco sigam o exemplo da Moody’s, que rebaixou em dois graus o
rating da Petrobras, levando a estatal a perder seu grau de investimento. A
preocupação maior é com o risco de que o rebaixamento da nota da Petrobras
possa contribuir para que se retire o grau de investimento dos títulos
brasileiros.
Atualizado
em 5 de março às 19:14