Brasil iniciou há 2 anos uma
revolução na saúde com o Mais Médicos, afirma Dilma
Dilma:
Dilma: "Mais Médicos
engrandece meu mandato. Me sinto realizada por saber que vocês estão presentes
nos municípios do País 24 horas por dia, sete dias na semana, para qualquer
necessidade". Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
O Brasil iniciou, com a criação do
Programa Mais Médicos, uma verdadeira revolução na área de saúde pública e na
formação destes profissionais, afirmou a presidenta Dilma Rousseff nesta
terça-feira (4), na cerimônia que comemorou, no Palácio do Planalto, os
resultados de dois anos do programa.
Mais de quatro mil municípios
hoje contam com o reforço de 18.240 de médicos, e 63 milhões de pessoas estão
cobertas pelo programa. Houve grande ampliação da formação, com aumento do
número de vagas de graduação em medicina e a residência médica está a caminho
da universalização.
Em seu discurso, a presidenta
lembrou o grande preconceito que cercou a implantação do Mais Médicos.
"Logo depois que falamos que
íamos lançar, e que começaram as críticas, recebi vários conselhos para
interromper o programa. Eram sistemáticos conselhos que diziam: 'Nós vamos
ficar muito mal com os médicos'. Era uma frase estranhíssima. Como a gente
poderia ficar muito mal com os médicos, se nós estávamos lançando um programa
que se chamava Mais Médicos?", questionou Dilma.
Um episódio marcou, em especial,
esse período: o desembarque do médico cubano Juan Delgado em Fortaleza (CE),
quando foi cercado por manifestantes de jaleco branco, que o vaiavam e o
chamavam de "escravo". Para a presidenta, havia naquela época um
desconhecimento básico do sentido do Mais Médicos.
"E, ao mesmo tempo em que as
críticas eram um tanto quanto extremadas, eu também tenho a destacar que, por
parte dos prefeitos, dos reitores, houve também elogios com muita intensidade.
As duas reações são compreensíveis, porque nós estávamos entrando numa situação
em que as pessoas se sentiam inseguras, porque iríamos buscar uma revolução na área
de saúde pública e na formação de médicos".
Hoje, 90% dos médicos que fazem
parte do programa são brasileiros.
Falta de médicos afetava todo o
País
Ao longo de dois anos, o programa
foi sendo construído com a prioridade de assegurar que houvesse médicos em
quantidade suficiente para atender a população. E não apenas a população
territorial e socialmente marginalizada, que vivia nos fincões mais longínquos
do País, recordou a presidenta.
"Faltava médico em São
Paulo, em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro. E eu posso listar aqui todas as
capitais e dizer para vocês: faltava médico a alguns quilômetros dos centros
das capitais brasileiras. Faltava médico nas maiores cidades desse País".
Da mesma forma, faltava médico
também nas comunidades quilombolas, nos departamentos de saúde indígena e no
interior do País. "Faltava médico em tudo quanto era canto. Portanto,
estávamos diante de um desafio de um País que tem uma proporção continental e
uma complexidade bastante elevada. Tínhamos desde problema de logística, para
deslocar os médicos, até problemas de garantir a manutenção desses médicos nos
municípios".
Satisfação da população atendida
Mas hoje, disse a presidenta, é
importante falar das consequências do Mais Médicos, sobre a saúde da população,
entre eles a redução da mortalidade infantil. "Fico muito feliz de ver que
a pesquisa da mostra que o brasileiro e a brasileira, a mãe e avó, dizem que os
médicos são mais atenciosos, que os médicos fazem a diferença",
acrescentou.
Dilma se referia à pesquisa do
Grupo de Opinião Pública da Universidade Federal de Minas Gerais, que mostra
que a média de aprovação dos usuários do programa chega a 9. O levantamento
revela também que a maioria dos pacientes é de mulheres (80%), que tem filhos e
renda de até dois salários mínimos. Cerca de 40% dos atendidos recebe Bolsa
Família. Ou seja, as vaias hoje se transformaram em números de aprovação do
programa.
Por tudo isso, disse a
presidenta, "o programa Mais Médicos engrandece meu mandato. Me sinto
realizada por saber que vocês estão presentes nos municípios do País 24 h por
dia, sete dias na semana, para qualquer necessidade", finalizou.