Governo Federal vai formar mais profissionais para atuar nas
residências
A iniciativa visa expandir o número de preceptores para os
programas de residência e Medicina Geral de Família e Comunidade em todas as regiões
do país
As políticas direcionadas à formação de médicos ganham mais
um incentivo. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, anunciou nesta quarta-feira
(19), em Brasília, o Plano Nacional de Formação de Preceptores, durante
seminário promovido pelo Ministério da Educação para debater os desafios e
avanços na formação médica no Brasil. O objetivo é aumentar a quantidade de
profissionais capacitados para atender os programas de residência em Medicina
Geral de Família e Comunidade (MGFC) em todas as regiões do país.
“Isso implica em recursos, estratégias, mobilização com os
gestores municipais, mas fundamentalmente com as instituições de ensino
superiores públicas e privadas para fazer uma forte articulação nesse processo
de formação de preceptores. A ideia é dar oportunidade aos próprios médicos
residentes para que façam também uma formação de preceptor para que, ao
concluírem a especialização, sejam formadores de novos especialistas”, destacou
o ministro Arthur Chioro.
A medida integra o Programa Mais Médicos e traz também
benefícios à expansão e qualificação da graduação em Medicina. Com a oferta do
curso de preceptoria para os residentes em MGFC, os profissionais concluirão a
especialização capacitados também para serem preceptores tanto da residência como
da graduação.
A expectativa é formar mais 10 mil preceptores até 2018,
chegando a 14,2 mil profissionais. Com essa ação, o governo federal vai
garantir, no mínimo, um preceptor para cada três residentes, que é um dos
requisitos exigidos para abrir novas vagas de residência.
O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,
Hêider Pinto, reforçou que a iniciativa dá um salto na qualificação dos
profissionais. “Teremos por meio da residência a formação de um médico
especialista e, ao mesmo tempo vamos formá-los na dimensão pedagógica para ele
poder ser um competente preceptor com capacidade de receber com qualidade os
alunos em processo de graduação e até se tornar um docente da escola médica da
região”, ressaltou o secretário.
RESIDÊNCIA – A universalização da residência médica faz
parte das ações do Mais Médicos, que estabeleceu, até 2018, uma vaga de
residência para cada médico formado. Desde 2013, já foram autorizadas 4.742
vagas dentre as 12,4 mil previstas para formação de especialistas. Com a
criação de mais três mil bolsas de residência médica no país anunciadas no
início de agosto, sendo duas mil financiadas pelo Ministério da Saúde e mil
pelo Ministério da Educação, a quantidade de vagas chegará a 7.472 (62% da
meta).
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão prioridade
nas novas bolsas para corrigir o déficit histórico de profissionais nessas
regiões. Das novas vagas, 75% são para ampliar a formação de médicos
especialistas em Medicina de Família e Comunidade. A ampliação das
oportunidades para formação de médicos de família também cumpre à legislação do
Programa que transformou a especialização nesta área em pré-requisito para a
formação em outras especialidades.
SEMINÁRIO – O seminário Mudanças na Formação Médica no
Brasil, organizado pelo Ministério da Educação, discutirá até esta quinta-feira
(20), em Brasília, a melhoria da formação de médicos em nível de graduação e
residência no país após a implantação da Lei do Mais Médicos. O evento conta
com a participação de cerca de 150 escolas médicas do país. Entre os temas que
serão debatidos pelos reitores, diretores, coordenadores, docentes e
estudantes, estão as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de medicina,
além da avaliação de progresso para todos os estudantes de medicina do 2º, 4º e
6º anos.
O Mais Médicos prevê que os estudantes de Medicina deverão
cursar pelo menos 30% da carga horária do internato médico na graduação serão
desenvolvidos na Atenção Básica e em serviço de urgência e emergência do SUS,
respeitando o tempo mínimo de dois anos. A Lei ainda prevê que a avaliação de
progresso será obrigatória e o resultado deverá ser contado como parte do
processo de classificação para os exames dos programas de residência médica. A
prova será elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável por avaliações como o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem).
Além disso, também foi apresentada pelo Ministério da Saúde
a proposta dos programas Pet-Saúde 2015 e Inovasus 2015. O primeiro pretende
promover adequação dos cursos às novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)
– atuação e estudo da mudança, apoiar a integração ensino serviço e a
contratualização ensino-saúde (COAPES), formação de preceptores e docentes e
construção de Planos de Formação. Já o InovaSUS 2015 abordará a Mudança da
Formação e Integração Ensino-serviço - Educação Permanente para docência e
preceptoria. A iniciativa premiará
experiências ou projetos inovadores na integração ensino-serviço-comunidade,
deve articular COAPES, implantação das DCNs e
formação de preceptores.