Brasil perde 86,5 mil empregos
com carteira assinada em agosto
Alana Gandra - Repórter da
Agência Brasil
Números do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego,
divulgados ontem (25) no Rio de Janeiro, mostram que pelo quinto mês
consecutivo, houve queda no nível de emprego formal celetista no país. No mês
de agosto, observou-se redução de 86.543 postos de trabalho, ou o
correspondente a uma variação negativa de 0,21%, em comparação ao estoque
anterior.
A coordenadora geral substituta
de Estatística do ministério, Maria das Graças Parente, destacou, porém, que o
indicativo foi de desaceleração do ritmo de queda do emprego ante julho, quando
foram perdidas 157 mil vagas. No acumulado do ano, foram desativados 572.792
postos de trabalho, o que equivale a -1,39%, enquanto nos últimos 12 meses,
foram perdidos 985.669 postos, ou -2,37%. Considerando a série histórica
iniciada em 1992, esse foi o pior resultado para o mês desde 1995, indicou a
coordenadora.
A análise setorial registra que
apenas dois dos oito setores da atividade econômica acompanhados pelo Caged elevaram o nível de emprego:
serviços e administração pública, após quatro meses consecutivos de queda, o
que evidencia uma reação em relação aos meses anteriores, apontou Maria das
Graças. O setor de serviços criou 4.965 postos (+0,03%) e administração pública
gerou 730 vagas (+0,08%). No setor de serviços, o destaque foi o incremento do
emprego no ensino (+ 17.165 vagas) e em serviços médicos e odontológicos (+
5.162 postos).
A maior perda de postos de
trabalho foi identificada na indústria de transformação (-47.944 postos ou
-0,60%). Dos 12 ramos de atividade que compõem o setor, 11 reduziram o nível de
emprego. A exceção foi a indústria de produtos alimentícios (+7.649 postos). Já
a agricultura teve queda de 4.448 postos (-0,27%) em relação ao estoque, embora
essa seja a menor queda desde 2005 para o setor, no mês de agosto.
O Caged mostra queda do emprego
em agosto em quatro das cinco regiões brasileiras. A única região que gerou
emprego foi o Nordeste, com 893 empregos celetistas criados. No acumulado do
ano, com exceção do Centro-Oeste brasileiro, as demais regiões diminuíram o
nível de emprego. Já nos últimos 12 meses, todas as regiões tiveram perdas.
Com relação às unidades da
Federação, nove estados tiveram elevação do nível de emprego. Em comparação ao
mês anterior, somente quatro estados apresentaram comportamento mais
desfavorável. “Esse é um sinal também de melhora em relação aos meses
anteriores”, disse Maria das Graças. Em termos absolutos, o destaque foi a
Paraíba, com a geração de 4.293 postos, seguido de Alagoas (+2.505) e o Acre
(+1.179 vagas). Nos dois primeiros estados, o resultado se deveu à atividade
sucroalcooleira, enquanto no Acre, a influência foi o setor de serviços.
De acordo ainda com o Caged, o
interior do país tem apresentado comportamento mais favorável em termos de
emprego do que as regiões metropolitanas. No interior, houve queda de 34.519
vagas\, ou -0,23%, enquanto nas regiões metropolitanas, foi registrada perda de
45.313 empregos, o que equivale a uma variação negativa de 0,28%. (Alana
Gandra)