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segunda-feira, setembro 28, 2015

Ministro não ajudou investigação de roubo do qual foi vítima, diz polícia

SÃO PAULO, SP, 24.09.2015 - FEIRA-TURISMO - O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves durante abertura da 43ª Abav - Expo Internacional de Turismo no Anhembi região norte de São Paulo, nesta quinta-feira, 24. (Foto: Eduardo Carmim/Brazil Photo Press/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***

O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, em exposição internacional de turismo em SP

A polícia e o Ministério Público do DF apontaram que o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), não ajudou a elucidar um roubo de R$ 90 mil que teve como vítima ele próprio.

Para a polícia, Alves, que presidiu a Câmara até o início deste ano, adotou uma "postura de se furtar ao esclarecimento da verdade". A Promotoria apontou que o ministro "demonstrou inequívoco desinteresse em colaborar" com a apuração e que restam dúvidas "quanto à origem e destinação do dinheiro subtraído".

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, porém, recomendou arquivar o inquérito, sem quebrar sigilos do ministro.

O roubo ocorreu em 13 de junho de 2013, quando Wellington Costa, assessor do então deputado, contou à polícia que dois homens roubaram dele R$ 100 mil em espécie, dos quais R$ 90 mil pertenceriam a Alves.

Costa disse que sacou o dinheiro do deputado em um banco onde Alves teria feito um empréstimo consignado. Disse ter entregue o dinheiro a Alves que, três dias depois, o chamou em casa e pediu que levasse R$ 90 mil para outro deputado, João Maia (PR-RN), sem dizer o motivo. O roubo ocorreu no caminho para a Câmara.

O delegado Fernando Cesar Costa disse que o assessor mudou trechos do depoimento, como o que faria com sua parte do dinheiro. O assessor disse que se equivocou por nervosismo.

O delegado pediu que Alves e Maia depusessem. Alves respondeu, em carta, que no momento do roubo estava "em voo para Natal" e que desconhecia fatos relevantes a acrescentar. Questionado de novo, disse "que em sua manifestação anterior já apresentou todos os esclarecimentos que possui".

Maia disse que vendeu um apartamento a Alves, mas que não sabia que receberia os R$ 90 mil naquela data.

A polícia pediu então que o processo fosse enviado ao Supremo Tribunal Federal, onde Alves tem foro privilegiado. Segundo a polícia, ele adotou "conduta que traz suspeitas acerca da veracidade de tudo o que foi apresentado". O ministro do STF Teori Zavascki arquivou o processo em agosto após o posicionamento de Janot.


Em nota à Folha, a assessoria do ministro do Turismo afirmou que "todas as informações foram prestadas à época às autoridades", que o inquérito foi arquivado e "o assunto encontra-se encerrado".

Folha de SP

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