Campanhas eleitorais de 2014 esconderam crise, dizem
marqueteiros políticos
Exatamente um ano após uma das mais duras eleições
presidenciais da política brasileira, as campanhas que municiaram o confronto
entre Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (então no PSB)
ainda provocam debates intensos e permanecem no epicentro da atual crise
política.
Na avaliação de alguns dos mais requisitados
profissionais do mercado de marketing político ao Estadão, a difícil situação
econômica de 2015 – o déficit das contas públicas pode chegar a R$ 70 bilhões –
e a aplicação de um ajuste fiscal deixaram claro que os protagonistas da
disputa “jogaram para baixo do tapete” os sinais do que viria pela frente.
Em maior ou em menor grau, a avaliação é de que os três
concorrentes adotaram estratégias descoladas da realidade para não assustar o
eleitor. “As campanhas varreram para debaixo do tapete os problemas. Quando
acenderam as luzes do salão, o quadro era completamente diferente daquilo que
foi discutido nos palanques em 2014”, afirma o publicitário Paulo Vasconcelos,
que comandou a campanha de Aécio no ano passado.
Procurado pelo Estado, João Santana, responsável pelo
marketing de Dilma Rousseff, não respondeu ao pedido de entrevista. Um ministro
do governo que participou ativamente da campanha petista, no entanto,
reconheceu que a então candidata errou na abordagem do cenário econômico.
Segundo ele, a presidente poderia ter vencido a eleição com uma “campanha mais
realista”, o que teria evitado a sensação de que Dilma “mentiu” ao país.
Via:Blog de Tangará