Brasil tem 1.248 casos suspeitos de microcefalia registrados
em 311 municípios
Daniel Lima – Repórter da Agência Brasil
O Ministério da Saúde anunciou hoje (30) que investiga seis
casos de mortes de crianças com microcefalia, supostamente relacionadas ao
vírus zika. No sábado, o ministério confirmou a relação entre o vírus e casos
de microcefalia, que aumentaram significativamente no país. Exames feitos em um
bebê nascido no Ceará com microcefalia e outras malformações congênitas
revelaram a presença do vírus em amostras de sangue e tecidos.
De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância de
Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, o país tem
1.248 casos suspeitos de microcefalia notificados, em 311 municípios. O estado
de Pernambuco registra o maior número de casos (646), sendo o primeiro a identificar
o aumento de diagnóstico de microcefalia na região. Em seguida, estão os
estados da Paraíba (248), Rio Grande do Norte (79), Sergipe (77), Alagoas (59),
Bahia (37), Piauí (36), Ceará (25), Rio de Janeiro (13), Tocantis (12),
Maranhão (12), Goiás (2), Mato Grosso do Sul (1) e Distrito Federal (1).
Maierovitch destacou a importância da participação da
sociedade no combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite além da dengue, o
vírus Zika e a chikungunya. “Teremos que ter uma intensificação muito grande no
combate ao mosquito e com um chamamento mais intenso da sociedade pois a ela
compete as ações mais intensivas. Os prefeitos devem intensificar a limpeza
urbana. Estamos em uma emergência de saúde pública”, disse Cláudio Maierovitch.
Ele também informou que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
garantiu que os recursos emergenciais serão priorizados, para combater o
mosquito.
Para o diretor, não existe mágica para acabar com o mosquito
vetor. "Infelizmente, conviveremos com esse problema por mais algum
tempo", disse. Para ele, a confirmação da relação entre o vírus e a
microcefalia mostram que as medidas de prevenção devem ser reforçadas. O
diretor lembrou que as marcas de repelentes de inseto disponíveis no Brasil e
aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) podem ser
usados pelas gestantes.