Governo vai lançar campanha informativa sobre surto de
microcefalia
Agência Brasil
O governo vai lançar uma campanha para informar e esclarecer
a população sobre o surto de microcefalia que atinge estados do Nordeste. Até o
último dia 17, 399 casos da doença em recém-nascidos foram notificados em sete
estados da região, de acordo com boletim do Ministério da Saúde. A microcefalia
afeta o crescimento adequado do cérebro do bebê.
O assunto foi tema da reunião de coordenação política entre
a presidenta Dilma Rousseff e onze ministros na manhã de hoje (23), no Palácio
do Planalto. “Não temos que criar nenhuma situação de alarde indevido, mas a
situação preocupa”, reconheceu o ministro da Secretaria de Comunicação Social,
Edinho Silva, em entrevista após a reunião.
Uma das hipóteses consideradas pelo Ministério da Saúde é
que o surto de microcefalia esteja associado à ocorrência do Zika vírus em
gestantes. Não há casos na medicina que comprovem a relação, mas pesquisas,
entre elas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), constataram a presença do genoma
do vírus em mães que tiveram bebês com microcefalia. O Zika é transmitido pelo
mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue.
“A presidenta pediu para que o ministro da Saúde tome todas
as medidas necessárias para que a gente possa, independentemente das conclusões
dos estudos que estão sendo feitos, enfrentar o surto, em primeiro lugar
combatendo o mosquito”, disse Silva.
Além da campanha, Dilma determinou a criação de um grupo
interministerial, comandado pela Casa Civil, para estudar as medidas necessárias
em outras pastas para controlar o surto de microcefalia.
De acordo com o ministro, o governo poderá ampliar os
investimentos no combate ao mosquito, por exemplo, e destinar recursos a outras
ações para barrar o aumento de casos da doença.
“Por mais que tenhamos no nosso horizonte a questão do
equilíbrio fiscal do governo, quando se fala em saúde pública, os recursos têm
que ser destinados para que a gente enfrente a questão da microcefalia, nem que
o governo busque posteriormente fazer a compensação em outras áreas do
orçamento, mas saúde pública é saúde pública”, disse Silva, sem adiantar
valores.
“Quando se coloca em risco vidas humanas, essa [orçamento] é
a menor preocupação, e essa foi a orientação da presidenta, que todas as
medidas sejam tomadas para que a população possa ser protegida e o Brasil
supere essa situação”, acrescentou.