Bebê com menos de um ano completa três meses com coração
artificial
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
O bebê Gustavo e a mãe Luane no IncorSergio Cruz
(sergio.cruz@incor.usp.br)
Duas paradas cardíacas e três meses ligado a um coração
artificial é parte da história de Gustavo Henrique de Oliveira, que deve
completar 1 ano no próximo dia 25, à espera um transplante. “Eu tiro as minhas
forças dele. Porque vejo a força que ele tem para lutar, para viver. Eu entro
aqui, ele dá um sorriso para mim, já me dá força para a semana inteira”, diz a
mãe, Luane Aparecida Barrios, que largou o emprego de recepcionista para acompanhar
o filho no tratamento dos problemas cardíacos.
Gustavo tem uma dilatação no coração. As causas da doença
não puderam ser determinadas. Porém, as complicações fazem com que o órgão não
tenha capacidade de suprir as necessidades do corpo. Para que o bebê pudesse
resistir tempo suficiente para encontrar um doador de coração compatível, foi
ligado a um ventrículo artificial, aparelho que ajuda o órgão doente a fazer o
bombeamento do sangue.
Foi a primeira vez que uma criança tão nova passou pelo
procedimento no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da
Universidade São Paulo. O paciente mais jovem submetido ao procedimento até
então tinha 15 anos. “Ele é o primeiro bebê, com menos de um ano, em que a
gente conseguiu colocar esse coração artificial”, disse a cardiopediatra Estela
Azeka em entrevista à Agência Brasil.