Ministério da Saúde investiga transmissão de Zika por
transfusão de sangue
Aline Leal - Repórter da Agência Brasil
Aline Leal - Repórter da Agência Brasil
O Ministério da Saúde divulgou hoje (16) em nota que a
transmissão do vírus Zika pela transfusão de sangue está entre os diversos
tipos de contágio da doença que vem sendo investigados.
O Hemocentro da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) confirmou que em março registrou a
transmissão do vírus de doador para receptor. Por enquanto, o Ministério da
Saúde alerta somente para a transmissão pelo mosquito Aedes aegypti, assim como
a dengue e a febre chikungunya.
Sem saber que estava infectado, um morador de Sumaré (cidade
que fica a cerca de 120 quilômetros da capital paulista) doou sangue no
hemocentro de Campinas (SP). Alguns dias depois o homem, de 52 anos, notou o
aparecimento de sintomas semelhantes aos da dengue e entrou em contato com o
hemocentro. Os exames mostraram que ele tinha Zika. Em seguida, o receptor da
doação passou por exames que constataram a presença do vírus, porém ele não
teve sintomas.
Já há um relato científico de transmissão do Zika pelo
esperma, nos Estados Unidos, e também de que o vírus foi encontrado no leite
materno. Apesar disso, o Ministério da Saúde diz que tudo está sendo
investigado, e que a doença é nova no país, mas reforça que mulheres que
tiveram Zika podem amamentar normalmente.
Em agosto, o Ministério da Saúde começou a registrar o aumento
inesperado de casos de microcefalia no Nordeste. No final de novembro, o
Ministério da Saúde confirmou que os casos tinham origem na infecção de
gestantes pelo Zika, vírus que começou a ter circulação registrada no Brasil
este ano.