Taxa de juros do rotativo do cartão de crédito sobe para
415,3% ao ano
Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito subiu 10,1
pontos percentuais de outubro para novembro, quando atingiu 415,3% ao ano, de
acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados hoje (22).
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos
que o valor integral da fatura do cartão. Essa é a modalidade com taxa de juros
mais alta na pesquisa do BC.
A taxa média das compras parceladas com juros, do
parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados subiu 3,5
pontos percentuais - para 134,8% ao ano.
A taxa do cheque especial chegou a 284,8% ao ano em
novembro, com alta de 6,7 pontos percentuais em relação a outubro. A taxa do
crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) subiu 0,4 ponto
percentual - para 28,4% ao ano.
A taxa do crédito pessoal, excluídas as operações
consignadas, caiu 8,9 pontos percentuais - para 120,4% ao ano.
A taxa média de juros cobrada das famílias subiu 0,1 ponto
percentual, para 64,8% ao ano. A taxa de juros para as empresas ficou estável
em 30,2% ao ano.
A inadimplência das famílias (pessoas físicas), considerados
atrasos superiores a 90 dias, permaneceu em 5,8%. A inadimplência das empresas
subiu 0,2 ponto percentual, para 4,5%.
Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia
para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras
definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional,
rural e de infraestrutura), a taxa de juros para as empresas caiu 0,5 ponto
percentual - para 10,6% ao ano. No caso das famílias, houve aumento de 0,1
ponto percentual, com taxa em 10% ao ano.
A inadimplência do crédito direcionado subiu 0,1 ponto
percentual tanto para empresas quanto para pessoas físicas e ficou,
respectivamente, em 0,9% e 2,2%.
O saldo de todas as operações de crédito, livre e
direcionado, chegou a R$ 3,176 trilhões em novembro, com crescimento de 0,6% no
mês e de 7,4% em 12 meses. O saldo do crédito livre ficou em R$ 1,614 trilhão e
do direcionado em R$ 1,562 trilhão. No total, o saldo das operações de crédito
correspondeu a 53,8% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país. Em relação a outubro, houve alta de 0,1 ponto
percentual nessa relação entre crédito e PIB.