Uma em cada sete pessoas no mundo é migrante ou refugiada,
diz organização
Uma em cada sete pessoas no mundo é migrante, refugiada ou
deslocada interna, afirmou hoje (3) em Bangcoc, na Tailândia, o diretor-geral
da Organização Internacional para as Migrações (OIM), William Lacy Swing.
“Temos mais gente em movimento do que em qualquer outra
época da história”, disse Lacy Swing, que participa amanhã (4), na capital
tailandesa, de uma conferência sobre migração ilegal no Oceano Índico, com a
participação de representantes de países da região, dos Estados Unidos e da
União Europeia.
Segundo o diretor-geral da OIM, há cerca de 250 milhões de
migrantes internacionais e 750 milhões de migrantes internos, devido
principalmente à explosão demográfica, aos desequilíbrios econômicos e aos
conflitos.
“No total, contamos com o maior número de migrantes forçados
desde a Segunda Guerra Mundial, segundo estatísticas do Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), com cerca de 20 milhões de refugiados
e 40 milhões de deslocados internos”, disse.
Lacy Swing acrescentou que há uma situação de emergência
humanitária sem precedentes da África à Ásia devido a conflitos no Sudão do
Sul, Iêmen, Síria ou Iraque, ou à migração que afeta a fronteira e entre o
México e os Estados Unidos, no Mar Vermelho ou no Golfo de Bengala.
O diretor-geral da OIM lamentou que a “ausência de liderança
política” e de “autoridade moral internacional” estejam alimentando a ideia de
que a migração é um problema de segurança, sobretudo devido aos ataques de
jihadistas, como os mais recentes de Paris que deixaram130 mortos e mais de 350
feridos.
Lacy Swing lembrou que os países vizinhos da Líbia e da
Síria são exemplos a serem seguido em relação ao nível de acolhimento de
refugiados, que “não são um perigo para a segurança, tendo em conta os
controles a que estão sujeitos antes de serem admitidos.
“Temos de combater esse sentimento crescente anti-imigrante,
em que se esquece que, historicamente, a migração foi indiscutivelmente
positiva”.
O diretor lembrou ainda que a migração se converteu em um
assunto político usado por alguns dirigentes para ganhar votos e destacou que
os países ricos do Norte precisam de imigrantes como mão de obra.
Sobre a reunião desta sexta-feira, o representante da OIM
disse que é positivo que países como a Tailândia, Malásia, Indonésia ou
Birmânia se reúnam em busca de soluções para a migração ilegal.
Edição: Graça Adjuto