PMs suspeitos de integrar grupo de extermínio são soltos por
engano
Pelo menos três policiais militares suspeitos de integrarem
um grupo de extermínio, presos na operação Thanatus - realizada pela Polícia
Federal e o Ministério Público em 2015 - foram soltos após um erro de
interpretação em relação ao prazo das prisões. A informação é confirmada pela
Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte (Sesed). Após a soltura
dos policiais, na última sexta-feira (8), dois foram recapturados e um continua
foragido.
A Sesed diz que vai apurar quem foi o responsável pelo erro.
Ao todo, 10 PMs foram presos durante a operação. Eles estavam detidos no
quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), localizado na Zona
Norte de Natal.
Na última sexta-feira (8), um advogado e um representante de
uma associação de praças da Polícia Militar teriam ido até o quartel e afirmado
que a validade da prisão preventiva, que seria de 30 dias, estava vencida e,
portanto, os suspeitos deveriam ser liberados. Alguém - oficialmente ainda não
se sabe quem - autorizou a saída dos policiais presos.
No entanto o que foi constatado pela secretaria é que apenas
o prazo de cumprimento do mandado (30 dias) é que tinha acabado. O documento
expedido pela juíza Ada Maria da Cunha Galvão, da 5ª Vara Criminal de Natal,
decretou prisão preventiva - que não tem
prazo máximo estipulado pelo código penal.
Segundo a Sesed, o caso está sendo apurado e os responsáveis
serão responsabilizados.
A operação "Thanatus", termo que no Grego siginifica
"personificação da morte", foi deflagrada no dia 8 de dezembro de
2015, e apurava ocorrências de homicídios cometidos na região metropolitana de
Natal por um grupo de extermínio formado por policiais militares e pistoleiros.
Pelo menos 16 assassinados teriam sido praticados entre 2011 e 2015. A Justiça
expediu 15 mandados de prisão e outros 25 mandados de busca e apreensão.
Novojornal