Governo investiu R$ 567 milhões na compra de alimentos da
agricultura familiar
Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil
O governo federal comprou, em 2015, R$ 567,2 milhões em
alimentos produzidos por agricultores familiares por meio do Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA), do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome.
O montante ultrapassou o gasto do programa em 2014, R$ 565,6
milhões, mas ainda está abaixo do volume desembolsado por outras iniciativas do
governo que destinam recursos para a agricultura familiar, como o Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que repassa cerca de R$ 1,1 bilhão para
compra desse tipo de produto.
“A diferença é que, por meio do PAA, o agricultor não
somente vende seu produto quando está pronto, mas recebe acompanhamento durante
todo o ano através de parceria com a Conab [Companhia Nacional de
Abastecimento] e com as prefeituras”, explicou o secretário de Segurança
Alimentar do ministério, Arnoldo de Campos.
Agricultores de Luziânia (GO) acompanham divulgação do
balanço do Programa de Aquisição de Alimentos. Em 2015, governo comprou R$ 567
milhões em alimentos da agricultura familiarValter Campanato/Agência Brasil
Criado em 2003, o programa beneficia atualmente mais de 38
mil famílias, em cerca de 2,3 mil municípios. Elas vendem seus produtos por
intermédio da Conab e das prefeituras, por sua vez responsáveis por indicar e
acompanhar os projetos atendidos, assim como definir a destinação dos alimentos
comprados com os recursos do ministério.
Os alimentos podem ser destinados a abastecer restaurantes populares,
hospitais e postos de saúde, ou ser distribuídos a comunidades em situação de
insegurança alimentar, por exemplo.
O resultado do PAA em 2015 foi divulgado hoje (13) durante
visita da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello,
a uma cooperativa composta por 250 famílias em Luziânia (GO).
“A agricultura familiar é a grande responsável hoje por
botar comida na mesa do povo”, disse a ministra para uma plateia de
agricultores locais, ao lado do prefeito Cristóvam Tormim (PSD), cotado para
disputar a reeleição este ano.
“Essa agricultura não estava forte o suficiente para
garantir que essa comida chegasse ao prato do brasileiro, isso mudou, por isso
temos muito o que comemorar”, acrescentou a ministra.
Desde o início do ano, um decreto do governo obriga os
órgãos federais a adquirirem no mínimo 30% dos alimentos de que precisarem da
agricultura familiar, o que deve injetar R$ 1,4 bilhão neste mercado. Para
isso, foi criado um mecanismo facilitado de compra, por meio de chamada
pública.