INSS: espera por perícia médica subiu de 20 para 89 dias
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil
O tempo médio de espera para o agendamento de perícia médica
no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passou de 20 dias, antes do
início das greves no setor, para os atuais 89 dias. A informação foi divulgada
pelo instituto pouco depois do anúncio do retorno ao trabalho dos médicos
peritos na próxima semana.
O INSS estima que 1,3 milhão de perícias não tenham sido
feitas desde o início da paralisação, em setembro do ano passado. No mesmo
período, 1,1 milhão de perícias médicas foram atendidas. Entre setembro e
dezembro de 2015, foram concedidos quase 608 mil benefícios por incapacidade
como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e benefício de prestação
continuada.
De acordo com a atualização do instituto, cerca de 830 mil
pedidos de concessão de benefícios desse tipo estão represados. O INSS conta
atualmente com 4.330 médicos peritos, cujo salário inicial para uma jornada de
40 horas é R$ 11.383,54 chegando a R$ 16.222,88.
Após mais de quatro meses em greve, os peritos do INSS
anunciaram que voltarão ao trabalho na próxima segunda-feira (25). O presidente
da Associação Nacional dos Médicos Peritos, Francisco Eduardo Cardoso, informou
que será mantido o estado de greve e que os profissionais farão apenas o
atendimento àqueles que ainda não se submeteram à perícia médica inicial.
Segundo Cardoso, não estão descartadas novas paralisações.
Ontem (19), o ministro do Trabalho e Previdência Social,
Miguel Rossetto, disse que espera colocar em dia o mais rápido possível o
serviço de perícias do INSS. A paralisação foi a mais longa já registrada.
“Estamos muito seguros de que, à medida que haja a finalização da greve e a
volta ao trabalho, como está acontecendo, nós possamos rapidamente recuperar a
normalidade operacional.”