Juiz nega revogação de prisões preventivas de réus da
Operação Zelotes
Michèlle Cannes - Repórter da Agência Brasil
O juiz federal Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara
Federal, negou o pedido de revogação das prisões preventivas e de cumprimento
de prisão domiciliar para Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, réus da Operação
Zelotes. A decisão do juiz foi tomada ontem (4) e divulgada hoje (5). O pedido
foi feito pela defesa dos réus que alegam que ambos têm problemas de saúde.
A defesa do casal alega que Marcondes precisa de um implante
de marca-passo, sofre de hipertensão e de insuficiência renal crônica e que sua
esposa, Cristina Mautoni, sente dores nas pernas decorrentes de uma cirurgia.
Cristina tem acompanhado as audiências em uma cadeira de rodas.
Segundo o juiz, apesar de haver informações de que os réus
têm problemas de saúde, não há um laudo oficial que trate nem da gravidade dos
problemas de ambos e nem da necessidade de que a prisão seja domiciliar.
"Consoante salientado pelo MPF [Ministério Público Federal] existe um
laudo oficial atestando exatamente o contrário, ou seja, de que as condições de
saúde de Cristina Mautoni são condizentes com a manutenção da prisão
preventiva", diz a decisão.
O juiz determinou que uma perícia seja feita, no próximo dia
11, por peritos judiciais para atestar o
estado de saúde de Cristina. Vallisney de Souza autorizou também que ela seja
visitada por seu médico particular.
Sobre Cristina, o advogado de defesa do casal Roberto Podval
disse que a perícia vai analisar o estado de saúde dela mas que, para Podval,
independente disso, sua cliente não deveria estar presa. “Independentemente do
estado de saúde, não teria razão nenhuma para ela estar presa. Não tem uma
única pessoa nesse processo que tenha dito que ela participou de alguma coisa,
que ela fez algum ato”, disse.