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quarta-feira, fevereiro 24, 2016


RN supera média nacional em número de cidades comandadas por mulheres

No Brasil, apenas 11,8% das prefeituras foram vencidas por mulheres em 2012. No RN, esse número foi de 19,7%


Por Allan Darlyson

Eudiane Macêdo está concluindo primeiro mandato na Câmara (Foto: Wellington Rocha/PortalNoAr)
Eudiane Macêdo está concluindo primeiro mandato na Câmara (Foto: Wellington Rocha/PortalNoAr)

A conquista do voto feminino, comemorada neste dia 24 de fevereiro, é uma página da história política do país com um capítulo importante contado no Rio Grande do Norte com o registro da mossoroense Celina Guimarães como eleitora em 1927. Mesmo com o pioneirismo, a representatividade das mulheres potiguares na política ainda ser aquém do que se espera – mas ainda assim, está acima da média nacional quando se fala no Executivo Municipal.
No Brasil, apenas 11,8% das prefeituras foram vencidas por mulheres em 2012. No RN, esse número foi de 19,7%. Em cidades potiguares, foram eleitas no último pleito 33 prefeitas, enquanto os homens conquistaram 134 prefeituras, o que representa um número quatro vezes maior.
Nas Câmaras, a proporção de quatro para uma se mantém. Foram eleitos 1.286 vereadores e 332 vereadoras. Para 2016, o desafio das mulheres é aumentar a representação nas Câmaras Municipais e Prefeituras do Estado.
Quanto aos cargos em nível federal e estadual, o Rio Grande do Norte teve uma redução na representatividade das mulheres em cargos eletivos após as eleições de 2014. A bancada feminina perdeu uma cadeira na Assembleia Legislativa e uma na Câmara Federal. Conquistou uma vaga no Senado, mas perdeu a governança do Estado.
Natal
Se em nível estadual as mulheres tiveram uma baixa de representatividade, na Câmara Municipal de Natal, houve ampliação no último pleito, realizado em 2012. A Casa dobrou o número de vereadoras, que saiu de duas para quatro. Hoje, representam as mulheres no legislativo municipal as vereadoras Eudiane Macedo (SDD), Júlia Arruda (PSB), Eleika Bezerra (PSDC) e Amanda Gurgel (PSTU). Elas consideram a participação ainda tímida.

Eleika Bezerra avalia participação da mulher na política (Foto: Wellington Rocha/PortalNoAr)
Eleika Bezerra avalia participação da mulher na política (Foto: Wellington Rocha/PortalNoAr)

Para Eleika Bezerra, as mulheres precisam ousar mais, para aumentar a representatividade. “Nós somos a maioria da população. Representamos mais de 50% do eleitorado. Então, quatro vereadoras ainda é muito pouco. Temos uma cultura machista. Estou curiosa para saber o resultado que as eleições deste ano vão trazer. Espero que tenhamos mais mulheres candidatas e eleitas”, declarou a parlamentar.
Júlia Arruda disse que considera a presença das mulheres na política para lutar pelos direitos da classe. “É importante aumentarmos a participação feminina em todas as vertentes políticas. Desde o conselho comunitário, passando pelo conselho tutelar, as Câmaras, prefeituras, enfim, em todos os níveis que possamos chegar. É um momento de pensarmos nas lutas e nos objetivos que pretendemos alcançar”, destacou.
Na avaliação de Eudiane, as mulheres influenciam bastante na postura de um poder. Por isso, ela considera importante que a representatividade aumente. “Nós mulheres temos um modo diferente de tratar a política, de nos posicionar em votações, de analisar os fatos. Temos mais sensibilidade, cautela. Espero que tenhamos cada vez uma maior participação”, afirmou a parlamentar.

Júlia Arruda diz que é necessário aumentar participação feminina (Foto: Wellington Rocha/PortalNoAr)
Júlia Arruda diz que é necessário aumentar participação feminina (Foto: Wellington Rocha/PortalNoAr)

Assembleia Legislativa
A Assembleia Legislativa teve redução de uma cadeira para as mulheres. Até 2014, a bancada feminina era composta pelas deputadas estaduais Márcia Maia, Larissa Rosado e Gesane Marinho.
No entanto, Marinho, que não disputou a reeleição, e Rosado, que não conseguiu se reeleger, deixaram o legislativo. Márcia, que foi reeleita, tem como “companheira de bancada” a deputada estadual Cristiane Dantas (PCdoB), eleita para o primeiro mandato.
Câmara Federal
Com oito cadeiras na Câmara Federal, o Rio Grande do Norte teve até 2014 duas mulheres na bancada: Sandra Rosado (PSB) e Fátima Bezerra (PT). No entanto, após o processo eleitoral, Sandra não conseguiu renovar o mandato e Bezerra migrou para o Senado. A única mulher entre os deputados federais potiguares é Zenaide Maia (PR).
Partidos
A dominação masculina também prevalece nos partidos políticos. Das grandes siglas potiguares, nenhuma hoje é comandada por uma mulher. A ex-governadora Wilma de Faria foi presidente estadual do PSB por 22 anos, mas perdeu recentemente o comando da sigla para o deputado federal Rafael Motta. Até o Partido da Mulher Brasileira (PMB), é presidido no RN por um homem, o presidente da Câmara Municipal de São Gonçalo do Amarante, Raimundo Mendes.
Pioneirismo nordestino
Desde que a professora Celina Guimarães Viana conseguiu seu registro para votar, há 86 anos, a participação feminina no processo eleitoral brasileiro se consolidou. Celina é apontada como sendo a primeira eleitora do Brasil. Nascida no Rio Grande do Norte, ela requereu sua inclusão no rol de eleitores do município de Mossoró-RN, onde nasceu e viveu, em novembro de 1927.
Foi naquele ano que o Rio Grande do Norte colocou em vigor lei eleitoral que determinava, em seu artigo 17, que no Estado poderiam “votar e ser votados, sem distinção de sexos”, todos os cidadãos que reunissem as condições exigidas pela lei. Com essa norma, mulheres das cidades de Natal, Mossoró, Açari e Apodi alistaram-se como eleitoras em 1928.
Assim, o Rio Grande do Norte ingressou na História do Brasil como o Estado pioneiro no reconhecimento do voto feminino. Também no Rio Grande do Norte foi eleita a primeira prefeita do Brasil. Em 1929, Alzira Soriano elegeu-se na cidade de Lajes.
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