Moro admite ao STF equívoco ao divulgar conversa de Lula e
Dilma
O juiz federal Sérgio Moro admitiu hoje (29) ao ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki que se equivocou ao autorizar a
divulgação de escutas telefônicas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e a presidenta Dilma Rousseff. Ao ministro, Moro também disse que não
teve intenção de provocar polêmicas, conflitos ou constrangimentos.
"O levantamento do sigilo não teve por objetivo gerar
fato político-partidário, polêmicas ou conflitos, algo estranho à função
jurisdicional, mas, atendendo o requerimento do MPF, dar publicidade ao
processo e especialmente a condutas relevantes do ponto de vista jurídico e
criminal do investigado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que podem
eventualmente caracterizar obstrução à Justiça ou tentativas de obstrução à
Justiça", justificou Moro.
Moro enviou as informações a pedido de Zavascki após a
decisão do ministro que determinou a suspensão das investigações da Operação
Lava Jato que envolvem Lula e envio dos processos ao Supremo.
Na quinta-feira (31), o STF decidirá se o juiz federal
Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava Jato na primeira
instância da Justiça Federal, continuará na condução dos inquéritos contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na semana passada, o ministro Teori atendeu a pedido da
Advocacia-Geral da União (AGU) e suspendeu, com base em jurisprudência da
Corte, a divulgação das interceptações envolvendo a Presidência da República e
fixou prazo de dez dias para que Sérgio Moro preste informações sobre a
divulgação dos áudios do diálogo entre a presidenta Dilma Rousseff e Lula,
tornadas públicas após decisão do juiz.