Pivô da Lava Jato, refinaria de Pasadena pega fogo
Companhia confirma um ferido e diz que fogo foi controlado. Em 2011, houve outro incêndio
Um incêndio de grandes proporções atingiu neste sábado (5) a refinaria da Petrobras em Pasadena, no Texas. No momento, as chamas estão controladas, segundo a companhia.
De acordo com uma fonte com conhecimento das operações de emergência, três pessoas ficaram feridas — uma delas com queimaduras. Em nota, a Petrobras confirmou que um funcionário se feriu, mas recebeu atendimento médico e foi liberado.
De acordo com o departamento de polícia de Pasadena, o incêndio foi provocado por uma explosão em um gerador da refinaria, que tem capacidade para processar 100 mil barris por dia. O estouro teria feito casas próximas à refinaria tremerem, segundo emissoras de televisão da região.
"O plano de ajuda mútua entre a refinaria e as autoridades locais foi acionado e as chamas controladas", afirmou a Petrobras na nota. Profissionais da PRSI e do Condado de Harris (Harris County) procederam monitoramento da qualidade do ar no entorno da refinaria e nenhum impacto exterior foi identificado."
A estatal indicou também que a refinaria continua operando e tem todas as autorizações de funcionamento dos órgãos americanos. As estimativas iniciais apontam para a queima de pelo menos 35 mil barris de óleo durante o incêndio - o segundo na unidade após a aquisição pela Petrobras. Em 2011, a refinaria também sofreu uma explosão, sem feridos.
Uma parte do canal de Houston precisou ser fechada para navegação por cerca de três horas devido à fumaça intensa resultante das chamas na refinaria, que fica na margem do canal, de acordo com a Guarda Costeira dos EUA.
Compra de Pasadena
A refinaria de Pasadena é marcada por polêmica. A controversa aquisição da instalação pela Petrobras, em 2006, é um dos alvos de investigação da operação Lava Jato, que apura um bilionário esquema de corrupção que envolve a estatal, empreiteiras e políticos.
Os investigadores da Lava Jato já disseram ter encontrado indícios de recebimento de propina por parte de ex-funcionários da Petrobras na operação de compra, e cogitaram até mesmo pedir a anulação da aquisição.
A CGU (Controladoria-Geral da União) apontou perdas de US$ 659,4 milhões da Petrobras na compra. Ao final do processo de aquisição, a estatal pagou US$ 1,25 bilhão por Pasadena e ainda teve de fazer investimentos de US$ 685 milhões em melhorias operacionais e manutenção.