Após cirurgia nos EUA, menina brasileira de 2 anos enxerga a
mãe pela 1ª vez
Nicolly não enxergava por causa de um
glaucoma e de uma opacidade da córnea
"Você está vendo". Daiana Pereira, mãe da pequena
Nicolly, esperou dois anos para poder dizer estas palavras. E em março, após a
filha passar por uma cirurgia em Miami, nos Estados Unidos, ela finalmente pôde
dizê-las.
Quando Nicolly nasceu, seu pai notou algo estranho. Durante
os dois primeiros dias de vida, ela manteve os olhos fechados, algo incomum
entre recém-nascidos. Em uma madrugada, quando ela finalmente os abriu, Daiana,
de 26 anos, teve a certeza de que havia um problema.
"Seus olhos estavam inteiramente brancos. O
oftalmologista diagnosticou um glaucoma e uma opacidade da córnea", conta
a mãe à BBC Brasil.
"Não conhecia a doença nem tinha noção da gravidade da
situação. Só queria que ela enxergasse."
Ao longo de apenas dois anos, Nicolly passou por ao menos
três hospitais em Santa Catarina, onde a família morava, e São Paulo, e fez
sete cirurgias para tentar corrigir o problema, sem sucesso.
Os médicos haviam indicado que não seria mais possível
operá-la por causa das cicatrizes resultantes dos procedimentos aos quais ela
já tinha sido submetida. Havia o risco de a criança perder os olhos caso fosse
de novo para a mesa de cirurgia.
Após postar uma mensagem em um grupo no Facebook pedindo
orações para a filha, Daiana passou a receber mensagens de pessoas que queriam
ajudá-la. Uma delas morava nos EUA e passou a procurar hospitais no país que
aceitassem o caso. Foram quatro recusas até uma médica de Miami topar tratá-la.
"Depois, ela contou que, ao ver a Nicolly, achou que
tinha cometido um erro e não fosse possível operá-la", diz Daiana.
Campanha
Para ir aos Estados Unidos, a família lançou uma campanha
online para arrecadar os US$ 17,5 mil (R$ 61,3 mil) necessários para a
internação – a médica aceitou fazer a operação de graça.
Após dez dias e com uma ajuda substancial de um casal de
filantropos americanos, a meta havia sido atingida.
Mas, uma vez em Miami, um outro médico diagnosticou que a
menina também era surda: seus ouvidos estavam obstruídos por líquido.
MSN