De propina a abuso de poder: Janot aponta 11 motivos para afastar Cunha
Foto: Pedro Ladeira / Folhapress
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enumerou em petição ao Supremo Tribunal Federal 11 motivos para o "necessário e imprescindível" afastamento do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do mandato de parlamentar e de líder da Casa. O documento foi entregue ao STF em dezembro de 2015, mas a Corte ainda não tomou uma decisão. Na lista constam argumentos como propina, abuso de poder e "reiteração criminosa".
Na sexta-feira (22), após uma palestra na Universidade de Harvard nos Estados Unidos, Janot disse acreditar que não deve demorar para que o futuro do presidente da Câmara seja definido.
"Nós enviamos várias denúncias contra ele e mais duas devem ser consideradas em breve pelo Supremo".
Em caso de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o vice Michel Temer (PMDB) assume a presidência e Eduardo Cunha, réu por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, chegaria ao segundo cargo da linha sucessória.
O pedido de afastamento entregue por Janot ao Supremo traz um capítulo intitulado "Dos atos que visaram embaraçar e impedir a investigação de organização criminosa".
Nele, o procurador aponta 11 razões que, em sua avaliação, justificam o afastamento de Eduardo Cunha.
"Certamente referido cargo (presidência da Câmara) lhe dá muito maiores poderes para atender aos interesses espúrios dos empresários, pois é o Presidente da Câmara o responsável por estabelecer a pauta de votação da Casa e, ainda, interferir na escolha de diversos cargos estratégicos para tais votações", diz Janot.
A defesa do presidente da Câmara, afirmou em petição entregue ao Supremo que os "11 atos" em que se baseia o procurador-geral da República são "todos impertinentes".
Da redação Mossoró Hoje/ UOL