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terça-feira, maio 31, 2016

Aos 20 anos, filho de agricultores assume cargo de professor no RN

Foto: Reprodução/Facebook

Acordar cedo e andar a pé 3 Km para pegar um pau-de-arara e seguir viagem por mais 45 Km até Santana do Matos. Essa foi a rotina entre a 5ª e a 7ª série do agora licenciado em Geografia Francisco Welesson Mariano de Almeida.
O sofrimento para seguir com os estudos só acabou quando Welesson, nascido na comunidade rural “Ave Maria”,  se mudou para a cidade de Assú onde concluiu os ensinos fundamental e médio e chegou ao recém criado curso de geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), no Campus Avançado Prefeito Walter Sá Leitão. 

Filho de Maria das Vitórias, Welessom parece estar predestinado a grandes conquistas profissionais. Será o primeiro aluno formado no novo curso graças a uma aprovação no Concurso de Professor do Estado do Rio Grande do Norte realizado em março desse ano. Conquista que ele carrega com outro pioneirismo. Com apenas 20 anos, ele agora é o mais jovem professor da rede estadual no Vale do Açu.

A vaga que conquistou no concurso público o fez travar uma batalha contra o tempo. A alegria pela convocação logo se converteu em correria para poder assumir a vaga de professor do Estado. Ele teve que antecipar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) se tornando o primeiro membro da família de agricultores a receber o diploma de ensino superior em solenidade de colação de grau simples realizada na tarde dessa segunda-feira pelo vice-reitor da UERN Aldo Gondim Fernandes. 

“Foram 15 dias fazendo o material, 15 noites mal dormidas, 15 dias de preocupações e de muito trabalho e paciência”, conta Welesson, revelando que até chegar à Universidade teve que enfrentar fome e outras privações.

Visivelmente emocionado, Welessom não conteve as lágrimas na hora de agradecer. “Quero agradecer aos meus pais que me incentivaram mesmo com tantas dificuldades. Jamais esquecerei minhas raízes, meu torrão. Sempre foi difícil. Minha primeira escola, um casinha de taipa”, destacou, acrescentando:

"Geralmente, o pessoal diz que é sorte eu me formar com 20 anos, que tudo foi fácil. Que nada, eu suei. Chegava em casa às 22h sem comer nada a não ser a merenda, porque naquela época não tínhamos condições para quase nada. Mas, graças a Deus e somente a Deus hoje venço mais um obstáculo, obstáculo esse que tem por sinônimo a distância e a saudade de quem gostamos. Hoje posso dizer aos meus pais que valeu apena, dizer a eles que sou o primeiro geógrafo a se formar na UERN/Assú e o mais jovem professor efetivo do RN”,  exaltou nas redes sociais. Ele também se diz grato  ao professor Raimundo Inácio (orientador) e a professora Marlúcia Barros (diretora do Campus de Assu) pelo apoio.

A professora Marlúcia Barros, que fez questão de se deslocar a Mossoró, não escondia a alegria com o primeiro aluno do curso de geografia do Campus de Assu a atingir a graduação. “Foi um sacrifício enorme para ele receber o diploma hoje. A nossa instituição tem esse logos de mobilidade social. Welessom é o primeiro aluno da família dele a receber um diploma e também fica na história do nosso Campus como o primeiro graduado em Geografia”, frisou.

Mais um vencedor- Welesson dividiu a alegria de receber o diploma em uma solenidade de colação antecipada com outro aluno que também tem uma trajetória vitoriosa. José Jurandir Pereira Junior concluiu o curso de Ciências da Religião do Campus Avançado de Natal.

Ele já tinha uma graduação em direito conquistada em uma instituição particular com financiamento do Governo Federal e está cursando mestrado em filosofia pela UFRN. Jurandir antencipou a colação de grau porque também foi aprovado no concurso para rede estadual de ensino. “A UERN me deu uma base muito grande em humanas. Graças a isso estou num mestrado em filosofia e passei nesse concurso logo de cara”, frisou.

Ao conduzir a solenidade, o vice-reitor Aldo Gondim não escondeu o contentamento pelas histórias de superação dos alunos.  “Cada vez que faço uma solenidade dessas me orgulho mais ainda da nossa universidade. São alunos que passam em concursos, em seleções de mestrado e tantas outras conquistas. Vocês deixaram de se formar com a turma de vocês porque avançaram um pouco mais e nós estamos um passo a frente cumprindo o nosso papel”, completou Aldo.

Ele ainda destacou que mais de 70% dos alunos da UERN são oriundos de escolas públicas. “Essa é uma universidade com forte viés social”, conceituou o vice-reitor. 

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