Representações da PM e Bombeiros repudiam prisões de policiais em Mossoró
Foto: Josemario Alves / MH
As entidades representativas dos policiais militares e bombeiros militares do Rio Grande do Norte emitiram nota, nesta quinta-feira (23), em repúdio à operação "Intocáveis", deflagrada ontem e que resultou na prisão de seis policiais em Mossoró.
A nota informa ainda que respeita a investigação, porém, critica o forte esquema montado para a realização da operação, inclusive, com o auxílio do helicoptero Potiguar I, da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Civil do Estado (Sesed).
Durante a ação, foram apreendidas na casa dos suspeitos armas, munições, celulares, dinheiro e equipamentos eletrônicos.
Confira a nota na íntegra:
Em virtude das reiteradas operações policiais deflagradas por setores da Polícia Civil que mancham o nome da gloriosa Polícia Militar do Rio Grande do Norte, as Associações Representativas de Oficiais e Praças vem a público repudiar a operação policial deflagrada no dia 22 de junho de 2016, na cidade de Mossoró/RN, com o objetivo de prender apenas cinco policiais militares que são suspeitos de cometerem crimes.
Fazemos questão de deixar claro para a sociedade e para as autoridades que não somos contra qualquer tipo de investigação que envolva policiais militares, mas não podemos admitir que, para prender cinco homens, seja utilizado um efetivo de “guerra”, helicóptero e destruam residências dessas pessoas que tem profissão definida e endereço certo.
Não foi a primeira vez que a Polícia Civil em suas operações contra policiais militares agiu de modo a diminuir e humilhar toda a Polícia Militar. Em 2005, A Polícia Civil abordou uma guarnição da Polícia Militar que estava regularmente de serviço no bairro do Mirassol. Essa ação desastrada se deu por um equívoco na investigação, situação em que "pensaram" que aqueles policiais militares eram criminosos e estavam com drogas dentro da viatura. No entanto, estavam apenas trabalhando.
Em 2007, a Polícia Civil investigava policiais militares suspeitos de praticarem vários crimes. Naquela ocasião, abordaram esses policiais militares em frente à antiga Penitenciária João Chaves na zona norte. A ação desastrosa matou um cabo da Polícia Militar, sem que o mesmo tivesse disparado um único tiro contra os policiais civis. Nessa mesma ação, um policial de folga, que apenas passava pelo local, tomou um tiro no queixo e o único suspeito preso, posteriormente, foi absolvido. Devido ao constrangimento que a Polícia Civil causou a toda PMRN, o delegado geral da época pediu desculpas por aquele transtorno.
Agora, em 2016, para prender cinco policiais militares acusados de envolvimento com crimes, se faz uma verdadeira pirotecnia para passar a impressão de que a Polícia Civil do RN é uma instituição messiânica e que nela, somente nela, está a redenção da sociedade norte-rio-grandense.
Nós, que fazemos as Associações Representativas dos Militares Estaduais do Rio Grande do Norte, reiteramos que não defendemos nenhum dos nossos militares que se envolvam em crimes, ao contrário, exigimos que a lei seja aplicada com o máximo rigor, mas não podemos permitir que setores da Polícia Civil queiram transformar a simples prisão de cinco militares, prisão essa que facilmente seria cumprida por um oficial, como sendo a ocorrência do século XXI, tendo o senhor secretário de segurança pública declarado que essas prisões devem transmitir mais segurança a população de Mossoró e região. A cinematográfica operação em Mossoró tem o único objetivo de querer fazer crescer uma instituição, diminuindo e humilhando a outra.
Antoniel Jorge dos Santos Moreira, Cap PMRN
*Presidente da ASSOFMERN*
Eliabe Marques da Silva, ST PMRN
*Presidente da ASSPMBM/RN*
Dalchem Viana do Nascimento Ferreira – Sd BMRN
*Presidente ABMRN*
Roberto Clayton Campos Fernandes, Cb PMRN
*Presidente da ACS/RN*
Guinaldo da Costa Lira Júnior, Cb PMRN
*Presidente da ASSPRA*
Tony Magno Fernandes Nascimento, Sd PMRN
*Presidente da APRAM*
Josivan Alves Rangel, Cb PMRN
*Presidente da APBMS*
Mosssoro Hoje