Henrique Eduardo Alves é o terceiro ministro de Temer a
pedir demissão
Brasília - O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, é
alvo da Operação Catilinárias. A PF cumpre mandados no Distrito Federal e em
sete estados (José Cruz/Agência Brasil)
Depois de um mês no cargo, o ministro do Turismo, Henrique
Eduardo Alves, pede demissão. Ele foi citado nos depoimentos de Sérgio Machado,
dados em acordo de delação premiada à força-tarefa da Lava JatoJosé
Cruz/Agência Brasil
Após ser citado na delação premiada do ex-presidente da
Transpetro, Sérgio Machado, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves,
pediu hoje (16) demissão do cargo. A informação foi confirmada pela Assessoria
de Imprensa da Presidência da República.
O ex-presidente da Câmara Henrique Alves teria recebido,
segundo Machado, R$ 1,55 milhão em doações eleitorais com recursos ilícitos.
Ele é o terceiro ministro, após pouco mais de um mês do
governo interino de Michel Temer, a cair depois de denúncias relacionadas à
Operação Lava Jato. Romero Jucá, que foi ministro do Planejamento, e Fabiano
Silveira, da Transparência, Fiscalização e Controle, saíram dos cargos após
divulgação de trechos da delação de Machado, em áudio, em que eles criticavam a
operação.
Alves enviou uma carta com o pedido de demissão a Temer, mas
o teor não foi divulgado. Na noite de ontem (15), o ministro esteve no Palácio
do Planalto reunido com o presidente interino.
O sigilo dos depoimentos de Sérgio Machado à força-tarefa da
Operação Lava Jato foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federall
(STF) Teori Zavascki, relator dos inquéritos da operação na Corte. Machado
citou o presidente interino Michel Temer e mais de 20 políticos, entre eles o
presidente do Senado, Renan Calheiros, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e
Romero Jucá (PMDB-RR), além do ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT) e do
ex-presidente José Sarney (PDMB-AP). Os políticos negaram as acusações.