Jornal destaca que Henrique Alves se escondeu em banheiro de
avião para não passar constrangimento
Numa reunião recente, o agora ex-ministro do Turismo
Henrique Eduardo Alves (Turismo) relatou ter optado por se esconder no banheiro
de um avião para evitar os gritos de “golpista” de uma passageira ao vê-lo
embarcar. A história foi usada pelo peemedebista como ilustração do que ele
considera o alto preço cobrado dos políticos no cenário atual.
Alves estava em Brasília e ia para a capital de seu Estado,
o Rio Grande do Norte. A senhora, contou, estava cerca de duas cadeiras atrás.
Ele tentou dialogar, perguntou se ela havia emprego ou algo do tipo, mas os
ataques não cessaram. Pouco depois, ele avistou uma senadora do PT no mesmo
voo.
No desembarque, para evitar mais constrangimento, preferiu
se trancar no banheiro e esperar que todos deixassem a aeronave. Antes de sair
do aeroporto de Natal, teve que se refugiar no saguão. Seu motorista havia
ligado para avisar que havia “petistas” do lado de fora.
O relato de Alves, feito em tom humorado aos interlocutores,
foi apenas mais um dos episódios dos quais o peemedebista vinha se queixando
nos últimos tempos.
A pessoas próximas, ele havia manifestado incômodo com as
declarações de integrantes do próprio governo e de seu núcleo político a
respeito do efeito “constrangedor” que citados na Lava Jato tinham sobre a
gestão do presidente interino Michel Temer.
O alvo do comentário, neste caso, era o colega Eliseu Padilha,
ministro da Casa Civil, que deu entrevistas sinalizando nessa direção após as
duas primeiras baixas na equipe de Temer motivadas por citações na
investigação.
Alves foi o terceiro ministro a deixar o governo Temer –que
acumula apenas 34 dias da gestão– após aparecer em delações premiadas da Lava
Jato. Nos bastidores do Planalto, nesta quinta (16), minutos após a
formalização de sua demissão, a aposta é de que ele não seria o último.
A Folha de São Paulo na sua versão online destaca: