Líder de facção é encontrado morto na Cadeia Pública de Nova
Cruz, RN
José Ferreira da Silva Júnior, o 'Júnior Paraíba', morreu no
domingo (19).
Segundo a Coape, ele era um dos cabeças de uma facção da
Paraíba.
Um preso foi encontrado morto na manhã deste domingo (19)
dentro da Cadeia Pública de Nova Cruz, distante cerca de 100 quilômetros de
Natal.
José Ferreira da Silva Júnior, mais conhecido como 'Júnior Paraíba',
tinha 24 anos. Segundo a Coordenadoria de Administração Penitenciária, ele foi
encontrado dependurado pelo pescoço em uma grade de ferro. Já no site do
Instituto Técnico de Perícia (Itep), consta que o detento foi espancado.
“Ele era líder de uma
facção criminosa originária da Paraíba”, disse Zemilton Silva, diretor da
Coape. Este é 13º caso de preso morto dentro do sistema penitenciário potiguar
somente este ano.
Ainda de acordo com a Coape, José Ferreira da Silva Júnior
era preso provisório, ou seja, ele ainda aguardava julgamento. "Sei que
ele respondia por assalto, mas também era suspeito de ter cometido outros
crimes", pontuou Zemilton.
A Polícia Civil de Nova Cruz esteve na cadeia e vai investigar
o caso.
2015
Ano passado, 28 homens morreram dentro de unidades
carcerárias do RN. Deste total, 25 foram assassinados a facadas ou encontrados
enforcados (mortos em condições suspeitas).
Outros dois morreram soterrados
após o desabamento de um túnel na Penitenciária Estadual de Alcaçuz. Ainda
houve o caso de um adolescente que foi morto ao ser baleado em uma unidade para
cumprimento de medida socioeducativa durante uma tentativa de resgate no Ceduc
de Caicó.
Os números são da Coordenadoria de Análises Criminais da Secretaria
Estadual de Segurança Pública.
Sistema em calamidade
O sistema penitenciário potiguar não passa por um bom
momento. E faz tempo. Em março de 2015, após uma série de rebeliões em várias
unidades prisionais, o governo decretou estado de calamidade pública e pediu
ajuda à Força Nacional. Para a recuperação de 14 presídios, todos depredados
durante os motins, foram gastos mais de R$ 7 milhões. Tudo em vão. As melhorias
feitas foram novamente destruídas.
Atualmente, em várias unidades, as celas não
possuem grades e os presos circulam livremente dentro dos pavilhões.
Além das unidades depredadas, da superlotação e da
violência, as fugas também se tornaram problemas constantes para o Estado.
Somente este ano, 249 presos já escaparam do sistema. Alguns foram
recapturados, mas nem a Secretaria de Justiça (Sejuc) nem a Secretaria de
Segurança Pública (Sesed) sabem precisar a quantidade de fugitivos que
retornaram aos presídios.
G1-RN