PF investiga relação de lavagem de dinheiro a avião de
Eduardo Campos
O avião usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo
Campos (PSB) na última campanha presidencial levou a Polícia Federal (PF) a
investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro que atuava em Pernambuco e
Goiás e que teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010. A operação
Turbulência cumpre hoje cinco mandados prisão preventiva contra suspeitos que
integrariam a organização criminosa.
De acordo com a PF, a investigação começou a partir da
análise de movimentações financeiras das contas de empresas envolvidas na
aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava Campos na campanha à Presidência da República. No dia 13 de
agosto de 2014, o avião caiu em Santos, litoral paulista, matando sete pessoas,
entre elas, o ex-governador.
Em nota, a polícia afirma que constatou que algumas dessas
empresas eram de fachada e estavam em nome de “laranjas”. Ainda segundo
divulgado pela corporação, as emrpesas faziam transações entre si e com outras
empresas fantasmas – inclusive com algumas investigadas na Operação Lava Jato.
Há suspeita de que parte dos recursos que passaram pelas
contas examinadas servia para pagamento de propina a políticos e formação de
caixa 2 de empreiteiras. O esquema sob apuração encontrava-se ativo, pelo
menos, desde 2010.
Além das cinco prisões preventivas, são cumpridos outros 55
mandados judiciais, dos quais 33 de busca e apreensão e 22 de condução
coercitiva. Tambem foi determinada a indisponibilidade de contas e o sequestro
de embarcações, aeronaves e helicópteros dos principais suspeitos.
Os mandados judiciais estão sendo cumpridos em 18 localidade
de Pernambuco, entre bairros do Recife e cidades do interior de
Pernambuco.Tanto os presos quanto os conduzidos coercitivamente serão levados
para a sede da Polícia Federal no Recife. Os envolvidos responderão, na medida
de seu grau de participação, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de
dinheiro e falsidade ideológica.
Os detalhes da operação serão divulgados pela PF em
entrevista coletiva, às 10h, na Superintendência da PF em Recife.