Segurança para os Jogos Olímpicos terá 88 mil agentes
A operação de segurança e defesa para a Olimpíada Rio 2016 -
que começa na próxima sexta-feira (5) - contará com 88 mil agentes da segurança
pública e das Forças Armadas. Para o secretário extraordinário de Segurança
para Grandes Eventos, do Ministério da Justiça e Cidadania, Andrei Rodrigues, o
país está preparado para garantir a segurança durante os Jogos.
“Digo com
absoluta confiança e tranquilidade: o Brasil está preparado para receber os
Jogos, já mostrou que está preparado em eventos anteriores. Aumentou sua
preparação com a capacitação de profissionais, com investimento em
infraestrutura”, disse à Agência Brasil.
O Plano Estratégico de Segurança Integrada para os Jogos
Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, publicado no Diário Oficial da União em
outubro do ano passado, traz os principais objetivos e atribuições dos órgãos
envolvidos.
O plano lista os principais cenários de riscos que podem
causar impacto na operação de segurança dos Jogos Rio 2016: ações terroristas
ou de sabotagem de qualquer natureza; ações violentas praticadas durante
manifestações sociais; criminalidade e violência urbana; comprometimento do
sistema de mobilidade urbana; comprometimento da saúde coletiva;
comprometimento dos serviços essenciais; ataques cibernéticos; fenômenos
naturais; além de incidentes e catástrofes.
No eixo da segurança pública, agentes das polícias Federal
(PF), Rodoviária Federal, Militar e Civil e da Força Nacional, entre outros,
cuidam do policiamento de áreas estratégicas como transportes públicos,
aeroportos, pontos turísticos, o entorno de hotéis, centros de treinamentos das
delegações, campos oficiais de treinamento, estádios e locais de competições.
Esses agentes também vão atuar em manifestações, briga entre torcedores e
escolta de delegações e autoridades.
Representantes da Secretaria de Segurança Pública do Rio de
Janeiro, da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de
Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, da
CET-Rio e Guarda Municipal, além da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e
das Forças Armadas, vão trabalhar em conjunto no Centro Integrado de Comando e
Controle.
O plano operacional vai até 18 de setembro, data final dos
Jogos Paralímpicos.
Cooperação internacional
Para reforçar a segurança, policiais estrangeiros estarão no
Brasil. Mais de 250 policiais de 55 países vão trabalhar em Brasília e no Rio
de Janeiro. Parte deles vai atuar no Centro de Cooperação Policial
Internacional, chefiado pela Polícia Federal.
Os policiais estrangeiros poderão verificar antecedentes
criminais e checar a autenticidade de documentos dos torcedores. Também vão ter
a função de intérpretes, trabalhar desarmados e serão supervisionados pela PF.
“Um eixo muito importante é a cooperação internacional com o
Centro de Cooperação Policial Internacional e o Centro de Enfrentamento ao
Terrorismo, que são coordenados pela Polícia Federal. Eles vêm como um apoio,
um suporte à PF, e não como poder de polícia”, explicou o secretário Andrei
Rodrigues, que é delegado da Polícia Federal.
Para Rodrigues, o perfil do torcedor de olimpíada é
diferente do da Copa do Mundo. “Não tem aquele perfil daquela paixão
tradicional do futebol e da rivalidade que o futebol desperta, mas não quer
dizer que a gente vai descuidar. Quando a gente se dispõe a receber um evento como
a Olimpíada, o maior evento de todos, não podemos relaxar no nível de
preparação da segurança”, acrescentou. “Tem que ter preparação para tudo, e
estamos preparados para o cenário mais desfavorável possível. Na Copa [de
2014], havia preocupação com as manifestações violentas e seguimos mapeando
isso”.
Para os Jogos Rio 2016, o Ministério da Justiça está
investindo R$ 350 milhões em segurança, que foram empregados na aquisição de
equipamentos, na capacitação de policiais, bombeiros e guardas municipais, na
ampliação do sistema de monitoramento, entre outras ações.
O Ministério da Defesa alocou R$ 854,4 milhões, no período
de 2014 a 2016, para a preparação e operação das tropas militares nos Jogos
Olímpicos e Paralímpicos. No Rio, cerca de 22 mil militares vão fazer a defesa
e segurança dos Jogos.
Atribuição de cada força
Abin - A Agência Brasileira de Inteligência, órgão
responsável pelo planejamento, a execução, coordenação, supervisão e o controle
das atividades de inteligência no país, coordena a elaboração de análises de
risco, a produção do conhecimento e a difusão das informações.
Forças Armadas – Tropas do Exército, da Marinha e
Aeronáutica têm o papel no controle do espaço aéreo, na defesa do mar
territorial, defesa cibernética, no contraterrorismo, na proteção de estruturas
estratégicas, como estações de energia e de abastecimento de água, no apoio à
segurança pública na operação e também como força de contingência.
Força Nacional de Segurança Pública - Formada por policiais
e bombeiros dos grupos de elite dos estados, faz a segurança das instalações de
competições e de treino, do controle de acesso às instalações, participa de
varreduras, além da segurança do campo de jogo, do público e de atletas.
Polícia Federal - Polícia aeroportuária de fronteiras,
portuária, de imigração, terrorismo, inteligência, da segurança de chefes de Estado.
A PF, junto com a Força Nacional, fará as varreduras, que são a inspeção de
segurança em todas as instalações.
Polícia Militar - Atua no policiamento ostensivo nas ruas,
com grupos táticos de controle civil, e atividades de batedores de autoridades.
Polícia Civil - Atua como polícia judiciária e no grupo
tático contraterrorismo
Polícia Rodoviária Federal – Atua em ações de educação e
fiscalização de trânsito e na prevenção e repressão de ações criminosas.
Policiais especializados em serviço de batedor motociclista também farão a
segurança de autoridades e a escolta de atletas.
Guarda Municipal - Atua em locais públicos e em parceria com
a CET-Rio, em auxílio nos pontos de controle de acesso aos perímetros externos
das instalações.
CET-Rio – A Companhia de Engenharia de Tráfego atua no
controle do trânsito.
Corpo de Bombeiros – Faz a atividade de defesa civil.
AGENCIABRASIL