Petroleiros ocupam Câmara contra entrega do pré-sal; sessão
desta quarta foi suspensa
Trabalhadores ligados à Federação Única dos Petroleiros
(FUP) são contra o PL, que permite operação das multinacionais
Sessão para discutir PL 4567/16 foi suspensa na manhão desta
quarta-feira (5) / Comunicação da Câmara dos Deputados
Petroleiros de vários estados estão acampados na Câmara dos
Deputados para acompanhar a votação do Projeto de Lei (PL) 4567/16, que propõe
o fim da obrigatoriedade de participação da Petrobras na exploração da camada
pré-sal. A proposta deveria ter sido votada na noite de terça-feira (4), mas
foi adiada para a manhã desta quarta (5). Durante a reunião dos parlamentares,
no entanto, a sessão foi suspensa. Não se sabe quando os trabalhos serão
retomados, mas a expectativa é que o assunto não seja mais debatido neste dia.
Os trabalhadores vinculados à Federação Única dos
Petroleiros (FUP) são contra o PL, que abre caminho para que as multinacionais
operem no ramo. Parlamentares de oposição ao governo não eleito de Michel Temer
(PMDB) também resistem à ideia, assim como movimentos sociais, que também estão
presentes na Câmara.
Disputa
Na terça-feira (4), deputados da minoria fizeram intensa
pressão para evitar a aprovação do PL. Um acordo em plenário resultou em uma
inversão da pauta. Primeiro, os parlamentares apreciaram a matéria que define
as regras do Simples Nacional e, em seguida, encerraram a ordem do dia para não
atrapalhar a sessão do Congresso que aconteceu durante a noite de terça.
O movimento de oposição ao PL 4567 é liderado especialmente
por expoentes do PT, do PCdoB, da Rede, do PSOL e do PDT. A líder da minoria na
Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse em pronunciamento no plenário que a
oposição continuará pressionando a presidência da Casa para adiar a votação.
"Vamos obstruir essa pauta até o limite das nossas forças", garantiu
a deputada nesta terça-feira.
Apesar dos constantes adiamentos da votação, os petroleiros,
que têm feito intensa mobilização contra o PL, seguem em clima de tensão. “Os
trabalhadores vão continuar presentes aqui”, disse Leonardo Urpia, da Federação
Única dos Petroleiros (FUP).
Cerca de 50 militantes petroleiros de diversos estados estão
em Brasília esta semana para acompanhar de perto a tramitação do PL 4567 e
demarcar oposição à proposta.
Edição: José Eduardo Bernardes