Agora sim: Sete delegados da Polícia Civil do PE
investigarão crimes contra bancos
A onda desenfreada de investidas criminosas contra agências
bancárias em Pernambuco tem levado medo a clientes e funcionários dessas
instituições e aos moradores das cidades que sofrem os ataques. A polícia, por
mais que tente fazer sua parte, ainda não tem conseguido dar um freio nesse
tipo de crime.
Uma nova estratégia, no entanto, foi traçada pela chefia da
Polícia Civil de Pernambuco. O delegado Antônio Barros anunciou nesta
quarta-feira que subirá de três para sete o número de delegados no estado
dedicados às investigações de crimes contra agências bancárias e carros-fortes.
Agora, além dos três delegados da Delegacia de Repressão ao Roubo, do
Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), mais quatros
investigadores e suas equipes estarão dedicados a esse tipo de investigação.
“Farão parte desse grupo dois delegados da Diretoria Integrada do Interior
(Dinter) 1, que são responsáveis pela área da Zona da Mata e do Agreste, e mais
dois delegados da Dinter 2, que atuam em delegacias da região do Sertão. Todos
os delegados e suas equipes receberão suporte do serviço de inteligência da SDS
e da Polícia Civil”, destacou Barros.
Todas essas equipes participarão de uma reunião na tarde
desta quinta-feira, na sede do Depatri, em Afogados, para definir a linha de
trabalho. Além de crimes contra agências bancárias e caixas eletrônicos, os
sete delegados e suas equipes serão responsáveis por investigar assaltos a
carros-fortes. O anúncio foi feito poucas horar após mais uma investida
criminosa no estado. Na madrugada desta quarta-feira, um grupo fortemente
armado levou pânico aos moradores da cidade de Gameleira, na Mata Sul. Eles
explodiram duas agências bancárias e dois estabelecimentos comerciais.
Além de ressaltar a importância do trabalho conjunto entre
as polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal, o delegado Antônio
Barros destacou a importância da instalação de uma Vara de Combate ao Crime
Organizado. “Essa vara já existe, mas precisa ser instalada com competência
estadual. Já falei sobre isso na reunião do Pacto pela Vida e encaminhei ofício
para o secretário de Defesa Social (Angelo Gioia) que deve tratar do assunto
diretamente com o governador Paulo Câmara”, destacou Barros.
Ainda segundo a polícia, as armas utilizadas pelos
criminosos são as mesmas usadas em guerra. “A sociedade está precisando de uma
resposta emergencial. Eles não estão mais atacando só agências bancárias. Estão
começando a atacar comércio, farmácias, supermercados. A sociedade está ficando
refém. Não posso falar que eles estão mais bem armados que a polícia, mas
realmente são armas de guerra. Usam calibre 762, mesmo que o Exército
Brasileiro utiliza. Você colhe também capsula do calibre 556, mesmo que o exército
norte-americano usa em seus fuzis. Mas a polícia também tem seus armamentos de
guerra e suas unidades táticas, então vamos enfrentar com o que há de melhor na
nossa polícia”, declarou Antônio Barros.
DIÁRIO DO PERNAMBUCO