Que pais é esse - Três Poderes se unem contra a crise e STF mantém Renan no
comando do Senado
Depois de dois dias de intensas negociações, que se
arrastaram pela madrugada desta quarta-feira (7), o Supremo Tribunal Federal (STF)
decidiu, por 6 votos contra 3, manter o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), no cargo. Desesperado com o risco de uma paralisia da votação de
matérias do ajuste fiscal, o presidente Michel Temer (PMDB) e dezenas de
aliados costuraram uma solução alternativa com ministros da Corte. E, em nome
da estabilidade institucional do país, o STF atuou politicamente na maior crise
vivida pelo país desde a redemocratização.
Renan foi retirado do comando do Senado por liminar
concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello, na última segunda-feira (5), na
qual o partido Rede Sustentabilidade defendia que réus não podem fazer parte da
linha de sucessão do presidente da República. No julgamento em plenário, porém,
prevaleceu o “jeitinho” costurado entre os três Poderes: o peemedebista foi
mantido na Presidência da Casa, mas acabou afastado da possibilidade de,
eventualmente, assumir o posto hoje ocupado por Temer.
Para se chegar a essa fórmula, o próprio Temer, senadores do
PMDB e do PSDB, ex-ministros do STF e os ex-presidentes da República José
Sarney e Fernando Henrique Cardoso apelaram a ministros do Supremo para que não
ampliassem o clima de instabilidade política no país, com o afastamento de
Renan a poucos dias do início do recesso parlamentar e com a votação em segundo
turno da PEC do teto dos gastos públicos marcada para a semana que vem. “Se
acham ruim com Renan, para o governo seria pior sem ele”, afirmou, aliviado, um
auxiliar presidencial ao jornal
O Globo