O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, não compareceu nesta sexta-feira (5) na reunião do Conselho de Administração da estatal.
O colegiado é controlado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que lidera no governo as críticas públicas a gestão de Prates na Petrobras.
Crise na Petrobras
A discussão sobre a permanência de Prates no cargo surgiu após ser levantada a possibilidade da Petrobras não pagar quase R$ 44 bilhões em dividendos extraordinários a acionistas.
O governo federal avalia a situação como instável após a escalada nas especulações sobre sua substituição no cargo. Prates acumula atritos que se intensificaram nas últimas semanas, com as discussões sobre os dividendos.
Desgaste de Prates entre integrantes do governo é antigo. Eles criticam o fato de o presidente da Petrobras tomar decisões sem consultar o setor, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o da Casa Civil, Rui Costa, responsável pela articulação política do governo. Também há uma percepção de que Prates não está conseguindo ter um papel de liderança à frente da empresa.
‘Rivais’ de Prates são favoráveis ao pagamento de dividendos. Antes resistentes, Alexandre Silveira e Rui Costa se alinharam ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e agora concordam com a distribuição de dividendos extras, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. O tema ainda será analisado pelo presidente Lula (PT), que está em viagem pelo Nordeste.
Na quinta-feira (4), a Petrobras divulgou um comunicado para afirmar que ainda não há decisão sobre os dividendos extras. A estatal diz que o pagamento de R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários será discutido e votado na Assembleia Geral de Acionistas marcada para 25 de abril.
O UOL tenta contato com Jean Paul Prates sobre a ausência na reunião do conselho. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
UOL